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O saber viver, despropositadamente um propósito resoluto.

 



Saber viver é algo que, creio, ninguém saiba. Tanto o saber quanto o viver são verbos em construção e sua completude seria despropósito da existência, que é contínua e imprecisa em seu conceito mais primitivo. Assim, nenhum ser humano está apto para ser exemplo, em vida, em relação àquilo que é sabido como um roteiro de uma vivência ideal.


Contudo, há sim a habilidade individual de se fazer vivente, com suas peculiaridades e imprecisões, e mesmo assim manter a felicidade como caminho. As alegrias são fonte de propósito, e são elas que, rememoradas, mantém a esperança em tempos difíceis. As dificuldades também são formas de correção de rota em vida.


Ter uma vida proveitosa, então, exige apenas de aceitação e ação. Até o sofrimento em determinado momento pode ser considerado proveitoso, porque a dor é também um modo de transformação. Aproveitar as circunstâncias pelo aprendizado é a maior vantagem do percurso existencial.


E por mais que a experiência seja cíclica, o existir permite trespassar para outras possibilidades. Existe todo aquele que permanece. Portanto, estar e ser se complementam quando o debate é a vida como desígnio. E é preciso observar que a dignidade é um traço fortuito para aqueles que conseguem ficar resolutos com seu próprio trajeto.


Ser digno de sua própria trajetória é elo propício na busca do saber sobre si mesmo. Sem a compreensão de suas competências e a desconstrução das vaidades, mais longe fica da realidade para a qual foi formatado. Saber viver, por mais impossível que seja, é uma possibilidade em tempos longínquos e além, quando o viver deixará de ser uma experiência de transformação e passará a ser a transformação pela experiência, encerrando-se como consequência por si só, a qual ouso chamar de autêntica existência.

 

Alexandre Fon

@oialexandrefon


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