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Cacos de mim.


Junto os cacos da vida que quebrei.
São pedaços de mim mesmo no chão.
Nunca mais o mesmo, agora sou outro.
Restos de vida coladas e tortas.

Não há mais encaixe, só cicatrizes.
Culpa minha que me derrubei.
O barulho que fiz dentro só eu ouvi.
Por fora apenas mais um que se quebra.

Meu medo é quebrar além de mim, alguém.
Um deslize e sou capaz de tombar mais um.
Histórias que se conectam, linhas tênues.
Mãos trêmulas, corpo cansado de mim.

Memórias me restam, queria poder esquecer.
Viver de novo, renascer feito coragem.
Difícil transitar entre passado e presente.
Não dá pra ousar algum futuro.

Por sorte, a sorte tem me amparado.
A boa ventura tem me auxiliado.
Lições duras, frustrações como aprendizado.
Carrego-me como vestígio, deixo meu rastro.

No caminho, encontro e desencontros marcados.
De uma para outra vida, coincidências do destino.
Nascer é se dar incompleto, viver é lápis com ponta.
Escrevo numa folha sem linhas, sina até a morte.

Alexandre Fon


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